EUA querem reconstruir a internet por US$ 350 milhões
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Projeto quer permitir que pesquisadores repensem a estrutura da web.
Nessa rede, eles poderão fazer testes que visam segurança e eficiência.
Os Estados Unidos pretendem colocar em prática um projeto de “reconstrução” da internet que vai custar inicialmente US$ 12 milhões do governo. Muitos pesquisadores querem repensar a arquitetura da internet, argumentando que apenas dessa forma poderá ser garantida a segurança dos usuários e resolvidos desafios que surgiram desde o nascimento da rede, em 1969.
O projeto pode ser colocado em prática em cinco anos e, até sua conclusão, deve consumir US$ 350 milhões — o Congresso norte-americano ainda precisa aprovar esse valor. Os US$ 12 milhões iniciais serão usados no desenvolvimento de protótipos dessa estrutura.
Representando o governo norte-americano, a empresa BBN Technologies está inspecionando o planejamento do projeto que ganhou o nome de Geni (sigla em inglês para Ambiente Global para Inovações na Rede), uma rede na qual pesquisadores poderão testar novas idéias sem impactos à internet utilizada hoje em dia.
Os responsáveis pela iniciativa explicam que o Geni não vai substituir a web. “O propósito é testar diversas idéias de pesquisa em comunicação de dados e sistemas. Conforme essas idéias amadurecerem, podemos adaptar a internet para incorporá-las ou encontrar uma nova infraestrutura de comunicação que seja construída junto com a internet. Qualquer um desses resultados será considerado um sucesso.”
A ênfase, continuam, é em permitir que pesquisadores testem estruturas radicais de rede, de uma maneira muito mais realista do que as possibilidades atuais. As pessoas envolvidas no projeto poderão construir suas próprias versões da internet ou estudar a rede de maneiras impensadas usando o Geni.
Para os testes, duas instituições com acesso ultra-rápido à internet vão fornecer acesso aos pesquisadores do Geni.
A Internet2 (consórcio que reúne universidades e empresas) vai contribuir com 10 gbps (gigabits por segundo) de banda larga dedicada, para que os pesquisadores não tenham de usar o tráfego normal de internet em seus experimentos. Já a organização National LambdaRail vai oferecer outros 30 gbps, mas essa capacidade não ficará disponível o tempo todo.
Essa largura de banda é milhares de vezes mais rápida que a conexão de banda larga padrão – seria suficiente, diz a Associated Press, para transferir 30 filmes de alta qualidade simultaneamente.