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Índice de reajuste dos aluguéis é o maior dos últimos cinco anos

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JORNAL DA PARAÍBA

JEAN GREGÓRIO

Além da disparada nos preços dos alimentos, o paraibano que mora de aluguel terá mais uma preocupação neste mês com a renovação dos contratos. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acumulado em 12 meses, levando em consideração os resultados da segunda prévia de junho, atingiu 13,27%. É a mais forte alta dos últimos cinco anos, quando o índice acumulado atingiu 17,32% (outubro de 2003). Quem renovou, por exemplo, o contrato nesse mesmo período de 2007 teve um reajuste de apenas 3,89%. O IGP-M deste mês, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), pode chegar a quase dez pontos percentuais a mais que o ano passado.
 Além de ser o principal indexador para os contratos de aluguel, o IGP-M também serve de referência para os reajustes de algumas tarifas da energia elétrica.

Em maio, o índice já havia apresentado alta no acumulado dos últimos doze meses (11,53%), o que representou mais que o dobro do IPCA (5,58%), índice oficial de inflação do país. A projeção da FGV é que o IGP-M de junho deste ano fique aproximado de 2% contra 1,67% do mês anterior, o que pode resultar num índice próximo de 13,5%. A primeira prévia de junho do IGP-M registrou taxa de 1,97%, mais elevada do que a apresentada pela segunda prévia (1,83%), divulgado na última sexta-feira. A cada dez dias a FGV divulga as variações prévias que vão compor o índice mensal. De janeiro a segunda prévia de junho deste ano, o IGP-M chegou a 6,57%.
Caso os contratos estejam assinados no papel, só resta ao locatário negociar com imobiliária ou locador um índice menor. Porém, para o presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado da Paraíba (Sindimóveis-PB), Jarbas Araújo, “dificilmente” haverá recuo de percentuais na negociação de aluguéis na renovação dos contratos. “Como o segmento de aluguéis ainda está muito aquecido na capital, o reajuste será repassado integralmente para os inquilinos”, frisou. Segundo Araújo, quando o IGP-M estava muito abaixo da inflação, não houve “negociação entre locador e inquilino, para que o índice fosse reajustado para cima ou pelo menos no mesmo patamar da inflação e assim evitar perdas no segmento”. Ele acrescentou que “esse momento de alta no principal indexador dos contratos de aluguel serve para compensar os anos anteriores quando o IGP-M ficou com reajuste próximo de zero e abaixo da inflação”, lembrou.
Contudo, o presidente do Sindimóveis levantou preocupação que as fortes altas gerem o chamado “efeito cascata” e contamine outros setores em reajuste. “Temos visto que a inflação está em alta nos alimentos e os insumos da construção civil calculado pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC). Isso gera um perigo para a volta da inflação”, avaliou.
Araújo estima que houve um aumento de mais de 35% em novos contratos de aluguel na capital neste ano em relação ao mesmo período do ano passado. “Em média, fazíamos  de 800 a 900 contratos por mês no ano passado contra 1.300 neste ano”, lembrou.
No entanto, o IGP-M não é o único índice de reajuste de aluguéis utilizados pelas imobiliárias de João Pessoa. O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que registrou no acumulado dos doze meses 8,94%, ficou abaixo do IGP-M, mas também acima da inflação no período medida pelo IPCA (5,58%).