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Número de internautas residenciais chega a 30,1 milhões no Brasil

Publicado em:

Folha Online

FELIPE MAIA
da Folha Online

O número de pessoas com acesso residencial à internet no Brasil chegou a 30,1 milhões em outubro deste ano, o que representa um crescimento de 43,7% em relação ao mesmo mês de 2006, segundo um estudo do Ibope/NetRatings divulgado nesta terça-feira (4).

Levando-se em conta o dado populacional divulgado pelo IBGE, referente a 2006, pode-se dizer que a internet está disponível na casa de cerca de 16% dos 187,2 milhões de habitantes do Brasil.

De acordo com o relatório, o número de usuários residenciais ativos de internet, ou seja, que acessaram a rede em casa pelo menos uma vez no mês, foi de 20 milhões. O dado revela uma queda de 1% em relação à setembro deste ano, mês em que esse número ultrapassou a barreira dos 20 milhões pela primeira vez na história do país e chegou a 20,1 milhões.

Para Alexandre Sanches Magalhães, gerente de análise de mercado da IBOPE/NetRatings, essa "oscilação negativa" é "natural" e "bastante comum".

"Há meses do ano em que já se espera uma queda em relação ao mês anterior, como em janeiro e fevereiro. Não vejo o que possa ter gerado essa queda em outubro, mas se algum provedor teve problemas de acesso por um ou dois dias, por exemplo, já afeta o resultado", diz o executivo.

Todo lugar

No que se refere ao acesso geral, em todos os ambientes, o número de internautas brasileiros chegou a 39 milhões no terceiro trimestre deste ano –um crescimento de 21% em relação aos 32 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

Esse dado inclui o uso da internet em locais como residências, trabalho, escola, cybercafé, bibliotecas e telecentros e abrange apenas usuários com mais de 15 anos de idade.

O número de internautas no Brasil vem crescendo de maneira rápida no Brasil nos últimos anos, em geral com índices de dois dígitos em relação ao ano anterior.

Popularização

De acordo com Magalhães, essas altas "ainda vão longe", principalmente em razão da alta adesão das classes de menor poder aquisitivo à rede. Segundo o instituto, 81% dos computadores comprados no país passam a ter acesso à internet.

"Essas classes socais vão continuar mantendo esse crescimento, por meio do aumento do crédito e da facilidade de pagamento, além da melhora na economia e na renda [da população]", diz Magalhães.

Tempo em alta

O Brasil manteve também em outubro a liderança no número de horas gastas na internet.

Dentre os dez países analisados pelo painel do Ibope/NetRatings, o internauta brasileiro é o que fica mais tempo conectado à rede. Em outubro, o tempo médio mensal de navegação residencial por usuário foi de 23 horas e 12 minutos, 1 hora e 12 minutos mais que em setembro.

Em relação a outubro de 2006, esse tempo é 2 horas e 42 minutos maior.

Com suas 23 horas e 12 minutos, o Brasil está à frente de países como França (19 horas e 27 minutos), Estados Unidos (19 horas e 19 minutos), Alemanha (18 horas e 22 minutos) e Japão (18 horas e 21 minutos).

Jovens puxam uso

Para o analista, essa liderança brasileira pode ser explicada por três motivos. Primeiro porque o Brasil tem o maior índice de uso serviços de web 2.0, como blogs, fotologs, MSN e comunidades virtuais.

Fato motivado, na visão de Magalhães, principalmente pela divisão etária da população brasileira. Dos dez países pesquisados pelo instituto, o Brasil tem a população mais jovem, o que motivaria a opção por esse tipo de serviço e a facilidade em usar a internet.

Só o Messenger, que é utilizado por cerca de 80% dos usuários brasileiros, leva de 6 a 7 horas mensais, em média, do tempo dos internautas. Some-se a isso o fato de cerca de 50% dos 20,1 milhões de usuários ativos no país costumarem verem vídeos na rede e 90% deles participarem de comunidades.

Outro fator é o fato de o uso de internet em banda larga estar crescendo no país e já atingir cerca de 80% dos usuários residenciais ativos no país, segundo o instituto.

"Isso leva o número de horas para cima –faz o usuário dobrar o número de horas gastas na rede, no mínimo. Nos outros países, a banda larga já está estabilizado", avalia o executivo.