Chefe da Receita diz que tributo é social
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Os gastos sociais foram o argumento usado ontem pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, para defender a prorrogação da CPMF com a alíquota atual de 0,38%.
Segundo o secretário, o governo precisa dos recursos dessa arrecadação para manter a política de ação social e diminuição da desigualdade do país. Na avaliação de Rachid, se houver espaço fiscal, a desoneração tributária tem de ser feita à custa de outros impostos que não a CPMF.
– A CPMF é necessária. é uma arrecadação considerável. Sua aplicação é social e chega ao cidadão brasileiro – disse Rachid.
Segundo ele, boa parte dos recursos chega pela via do Sistema Único de Saúde (SUS).
– O Estado precisa ser financiado. Vamos acabar com a CPMF? O cidadão que precisa do SUS não vai ter recursos – ponderou.
Rachid ressaltou ainda que os recursos arrecadados pelo governo com a CPMF são aplicados também na Previdência Social e no Fundo de Combate à Pobreza. Ao comentar a campanha da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) pela extinção da CPMF, Rachid disse que respeita a posição dos empresários, mas alertou que é preciso levar em conta a desigualdade existente no país, já que os recursos têm aplicação social:
– É a avaliação de uma entidade. Temos de respeitar, mas temos de levar em conta a desigualdade de renda. A CPMF tem esse destino que é para o cidadão.
Tarso vincula contribuição a responsabilidade fiscal
O secretário disse que o governo poderia abrir mão de outros tributos, mas não da CPMF. Não quis, porém, dizer quais seriam. Lembrou apenas que o governo já promoveu desonerações num total de R$ 30 bilhões. Rachid afirmou que a CPMF ajuda a identificar a sonegação e essa cobrança chega também ao setor informal da economia.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a prorrogação da CPMF serve à responsabilidade fiscal.
– Nem a oposição quer interromper esse ciclo virtuoso que o país começou – afirmou.
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