Maioria dos empreendedores espera piora ou estagnação da economia, diz Sebrae
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Nos próximos 12 meses, cerca de 36,8% dos microempresários esperam uma piora na economia. Apesar do pessimismo, a maioria deles (86%) pretende manter o número de funcionários no mesmo período, sem demitir ou contratar, segundo levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgado nesta quarta-feira (12).
Para realizar a pesquisa, o Sebrae ouviu 2.859 donos de Empresas de Pequeno Porte (EPP) e de Microempresas (ME), assim como Microempreendedores Individuais (MEI) entre os dias 11 e 24 de maio. Ao todo, 30,9% dos entrevistados acreditam em uma melhora no cenário econômico, enquanto 23,7% veem uma estagnação e 8,6% não souberam responder.
Mesmo com cenário político e econômico instável, o número de empreendedores que pretendem contratar supera os que planejam demitir. Ao todo, 12,7% dos entrevistados dizem que pretendem contratar no próximo ano, enquanto 9,8% têm planos de demitir funcionários. Além disso, 27,3% não têm intenção de contratar ou demitir.
Segundo o instituto, as dificuldades que os brasileiros mais enfrentam para empreender envolvem os processos de tributação, queda nas vendas, encargos trabalhistas, obtenção de crédito, falta de planejamento e desconhecimento do mercado.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os empreendedores vêm se mantendo “cautelosos”, aproveitando o movimento da crise para investir em serviços básicos de formas inexploradas. “Hoje você vê que as pessoas estão deixando de ir ao restaurante e aproveitando para comer mais em casa. Da mesma forma, cresce o movimento de pessoas que estamos treinando para abrir sua própria empresa de entrega. Ou seja, onde alguns perdem, outros ganham e empreendem”, disse.
Esse movimento, segundo o presidente, explica as razões que levam os Microempreendedores Individuais (MEI) a serem os mais otimistas em relação ao futuro da economia e ao o seu próprio negócio. “É o sonho de liberdade e, para muitos, a única alternativa já que não conseguem emprego”, disse. Para ser um MEI, o microempreendedor deve ter um faturamento anual de até R$ 60 mil.
O Sebrae ainda constatou que o setor da construção civil é o que mais encontra dificuldades para contratar. No âmbito regional, o Sudeste e o Nordeste foram apontadas como as regiões mais difíceis para o empreendedor no país por conta de encargos trabalhistas. Já os microempreendedores e empreendedores das regiões Sul e Norte apontaram a complexidade da legislação trabalhista como os maiores obstáculos.
Na última terça-feira (11), o Senado aprovou o texto da reforma trabalhista. A reforma muda a lei trabalhista brasileira e traz novas definições contratuais sobre férias, jornada de trabalho e de relações contratuais. Entenda.