20% das empresas ‘morrem’ em dois anos
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GAZETA DE TAUBATÉ
Dados do Sebrae mostram que 22,7% dos estabelecimentos não resistem ao primeiro biênio no mercado do Vale do Paraíba; falta de planejamento, falhas na gestão e de comportamento empreendedor são os principais fatores
É hora de fechar? Muitos empresários vivem esse dilema quando seu negócio está passando por uma crise.
Em média, no Vale do Paraíba 22,7% das empresas fecham as portas após somente dois anos de operação, de acordo com os dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Ou seja, uma em cada cinco empresas não resiste até o segundo ano.
Especialistas alertam que antes de botar uma ideia em prática é preciso que o empreendedor esteja, primeiramente, preparado para tudo, e que tenha uma visão otimista em relação ao mercado.
É importante também que se tome algumas providências fundamentais como o planejamento, definição do público alvo, análise da concorrência e, claro, se capacitar profissionalmente.
Em São José dos Campos, o Sebrae oferece cursos gratuitos para quem quer ficar por dentro desses assuntos.
Entre eles há o projeto ‘Trilha do Empreendedor’ que tem por objetivo oferecer um conjunto de soluções, em formato de um seminário, com oficinas, recursos e dinâmicas para que se tenha um negócio de sucesso.
Existe também o ‘Check-up Empresas’, o questionário online em que o empresário pode autoavaliar, gratuitamente, como está a situação de seu negócio e, a partir daí, tomar as ações necessárias.
ESPECIALISTA/ O analista de negócios do Sebrae, Rafael Silva, disse que as principais causas de as empresas não resistirem a dois anos na ativa são a falta de planejamento prévio, gestão empresarial e comportamento empreendedor.
“As pessoas são mais ansiosas. Muitas não planejam pelo menos seis meses antes de abrir o negócio e isso é prejudicial”, garante.
Silva disse ainda que a crise econômica fez com que muitos sejam empreendedores por necessidade.
“O empreendedor tem de ficar atento sempre. Ter um diferencial, definir o tamanho de seu negócio e fazer um diagnóstico pelo menos de seis em seis meses para ver se está tendo sucesso ou não. Diante dessa recessão econômica, muitos abrem um negócio por necessidade e isso pode ser perigoso”, afirma o analista.
E além de todas essas dicas, é preciso que o empreendedor tenha em mãos uma ferramenta muito importante como aliada: a realidade.
Investir em uma empreitada sabendo dos riscos e procurando um diferencial.
Sebrae: país tem média de 24%
Dados do Sebrae apontam que 24% das empresas em todo o Brasil não sobrevivem a essa taxa de dois anos no mercado, índice acima do registrado no Vale do Paraíba.
Em São Paulo, estado mais rico do país, 22% das empresas fecham as portas durante esse período.
A empresária Sranda Queimadelos, de São José, diz que a crise é subjetiva. Ela trabalha em um segmento não tão comum, o de seguradoras, voltado para três áreas: proteção familiar, reserva financeira e patrimônio familiar. A empresária e seu marido atuam no mercado há uma década e ela afirma que é preciso saber surfar naquilo que o mercado está mais carente.
“Em todos esses anos, nós nos preparamos para momentos difíceis como esse em que estamos vivendo (crise econômica), justamente porque o nosso setor é um pouco diferente. As pessoas não tratam como prioridade”, contou.
Sranda ainda diz que a cada 25 dias a empresa é submetida a uma consultoria que os permite identificar o que precisa ser melhorado.
Saiba mais
NÚMEROS
Em média, 22,7% das empresas de todos os portes não sobrevivem a dois anos no mercado na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte, segundo dados do Sebrae
O QUE FAZER?
Não desistir na primeira dificuldade é um ponto positivo para os empreendedores. É essencial pensar que o negócio pode dar certo e errado e se preparar para isso
NECESSIDADE?
Com a recessão econômica, cresceu o número de pessoas que abriram que se tornam empreendedores por necessidade, sem preparar adequadamente para os obstáculos
AVALIAÇÃO
Pelo menos a cada seis meses é necessário autoavaliar o negócio, orienta o Sebrae