Ciclo de crescimento atual é mais duradouro, diz Mantega
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Segundo o ministro, crescimento do País ocorre sem "acúmulo de desequilíbrios"
Fabio Graner
BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou na noite de quarta-feira, 23, ao discurso triunfalista de que o Brasil vive um período de crescimento robusto sem precedentes na história do País. Segundo ele, este crescimento difere dos outros pois não ocorre com "acúmulo de desequilíbrios" em variáveis macroeconômicas.
Mantega passou novamente um recado aos empresários: "o desafio (das empresas) agora é outro. É saber renovar-se, melhor adequar-se aos novos e melhores tempos do Brasil e também aumentar a sua competitividade internacional".
Ele destacou que hoje a discussão não é mais se o Brasil vai crescer, mas quanto vai crescer, se 4%, 4,5% ou 5%. "Ouso dizer que o ciclo atual é mais sólido e duradouro que os ciclos do passado e tem a vocação para permanecer por mais tempo", disse Mantega, que mencionou até "uma consultoria que não morre de amores pelo nosso governo", que disse que o Brasil vive o melhor momento econômico de sua história.
Apesar das taxas de crescimento atuais serem mais baixas do que as presenciadas no chamado Milagre Econômico (anos 70) e no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek (final dos anos 50), o ministro ressaltou que agora o Brasil avança de forma vigorosa sem pressões inflacionárias, com as contas externas em ordem, a dívida pública em queda.
"As peças da engrenagem estão funcionando todas em harmonia e estão fazendo a economia crescer", disse o ministro, que participou da cerimônia de entrega do prêmio Parceiros do Desenvolvimento, promovido pelo jornal Correio Braziliense. "É um movimento sem artificialismos, que este governo se recusa a adotar".
Mantega destacou que há setores no Brasil que já crescem a taxas chinesas, mencionando a indústria automotiva, o varejo e a construção civil. E destacou que a atividade econômica está acelerada, mas beneficiando a população como um todo. "Já não se pode dizer que a economia vai bem e o povo vai mal. As condições de vida da população, sobretudo a mais pobre, mudaram rapidamente", afirmou, destacando o aumento no emprego e no poder de compra da população.
O ministro da Fazenda disse ainda que o Brasil não deve temer a globalização. "Estamos ganhando e vamos ganhar mais com ela", afirmou. Para ele, o governo está atuando e buscando mobilizar a iniciativa privada para "atualizarmos nossa infra-estrutura e reduzir custos", desde transportes até os financeiros e tributários, para dar mais competitividade em relação aos competidores do mercado internacional.