Empresas ainda rejeitam NF-e
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Laura Ignacio
A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) ainda é um mistério para muitas empresas. Uma pesquisa divulgada ontem, durante o 42º Fórum de Debates Projeto Brasil, sobre os avanços e entraves da certificação digital, revelou que 48, de um universo de 100 empresas, não têm conhecimento suficiente para implantar a NF-e em seu estabelecimento. Outro dado alarmante é que 75 entrevistadas responderam que não têm sequer um estudo sobre como utilizar o sistema eletrônico. A mostra foi realizada pela Associação Brasileira de E-bussiness durante este mês, com companhias de pequeno, médio e de grande portes do País.
Os dados levantados pela associação, apresentados pelo presidente da entidade, Richard Lowenthal, também mostram que, com relação aos benefícios para a implantação da NF-e, 71 das empresas acreditam que o melhor deles é a diminuição de custos com impressão e aquisição de papel. A queda no número de erros de escrituração foi citada por 56 e a eliminação de concorrência desleal é o maior benefício para 36 delas.
De acordo Marco Zanini, diretor da True Access Consulting – responsável pela implantação da NF-e em 12 empresas – o custo é realmente um atrativo de peso. "Enquanto o preço da nota em papel varia de R$ 0,80 a R$ 2,00 cada, a eletrônica custa apenas R$ 0,04 para a empresa", contabilizou. Zanini informou que a Ultragaz investiu R$ 300 mil para emitir NF-e e prevê, com isso, economia anual na ordem de R$ 500 mil. Já a Dimed investiu R$ 100 mil e calcula redução de 90% nos gastos com custos operacionais.
Barreiras – Quanto às dificuldades da implantação, 47% afirmaram que a maior delas é a falta de clareza sobre o assunto. Para 35%, a mudança de processos internos é o que mais preocupa. Já para 32%, a não obrigatoriedade do uso é o que mais causa desinteresse. A interação com os clientes foi citada por 29%. De acordo com Lowenthal, 48% dos entrevistados afirmaram que só terão interesse quando for obrigatória. No item barreiras, os entrevistados tinham a opção de responder mais de uma opção.
O governo do Rio Grande do Sul (RS), primeiro Estado a emitir NF-e no País, é responsável por 60% das notas emitidas até hoje. A emissão da NF-e começou em setembro de 2006. Mas para o chefe da seção de interação eletrônica da Fazenda, Vinícius Pimentel de Freitas, a maior barreira para a proliferação da NF-e é a tecnológica. "Já para os fiscos, os maiores problemas são o armazenamento e o sincronismo", afirmou.
A partir de janeiro de 2008, a NF-e passa a ser obrigatória para os distribuidores de combustíveis e fabricantes de cigarros. Para Freitas, a tendência é que a NF-e passe a ser obrigatória, no futuro, para todos os setores. "O próprio Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Federal estipulou que até 2009 as 12 mil maiores empresas do País devem emitir a NF-e", lembrou.