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Arrecadação soma R$ 90,7 bilhões e é recorde para setembro

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R7

 

 

 

 

 

 

Valor fica dentro das expectativas dos economistas para o mês, segundo pesquisa de agência

O governo federal arrecadou R$ 90,722 bilhões em impostos e contribuições no mês de setembro, informou a Receita Federal nesta quarta-feira (29). O valor é 0,92% maior que o arrecadado em setembro de 2013.

O resultado do mês foi influenciado por receitas extraordinárias em meio a um cenário de atividade econômica fraca.

No ano (de janeiro a setembro de 2014), a arrecadação federal somou R$ 862,510 bilhões — alta real, descontada a inflação, de 0,67% sobre igual período de 2013.

Segundo a Receita, a arrecadação federal terá crescimento inferior a 1% para todo 2014.

O número de setembro veio um pouco abaixo do apontado em pesquisa Reuters com economistas, cuja mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria R$ 92 bilhões no período, com as projeções variando entre R$ 89 bilhões e R$ 96 bilhões.

Segundo a Receita, em setembro, a arrecadação foi influenciada pela receita extra de R$ 1,637 bilhão com o Refis (programa de parcelamento de débitos atrasados).

Também pesaram os R$ 8,399 bilhões em desonerações fiscais, oriundas das diversas medidas adotadas pelo governo para tentar estimular a economia.

No ano, essas desonerações somaram 75,690 bilhões de reais até o mês passado, 35 por cento ao mais do que a cifra em igual período de 2013.

Menos receitas com impostos

A maioria dos tributos federais mostrou arrecadação menor no mês passado em relação setembro de 2013, segundo a Receita. O destaque ficou para as quedas reais de 6,12 por cento no Imposto sobre Importação; de 2,93 por cento no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); de 3,3 por cento na Cofins; e de 3,8 por cento no recolhimento de PIS e Pasep.

Diante desse cenário, a Receita indicou nova redução em sua estimativa de crescimento da arrecadação para este ano, para menos de 1 por cento se o cenário econômico atual for mantido.

Até então, a estimativa era de expansão real de 1 por cento neste ano, a menor variação desde 2009, quando havia ficado em 0,11 por cento e inferior ao crescimento de 4,08 por cento vista em 2013.

A baixa arrecadação, juntamente com a expansão dos gastos públicos, já acabou com as chances de a meta de superávit primário deste ano –de 99 bilhões de reais, ou 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)– ser cumprida, reforçando o quadro de deterioração dos indicadores da economia brasileira.

Em 12 meses encerrados em agosto, a economia do setor público para o pagamento dos juros da dívida pública foi de apenas 0,94 por cento do PIB.

O país entrou em recessão técnica no semestre passado e não tem dado sinais de recuperação mais consistente, um dos maiores desafios que a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) tem pela frente.