Poupança lidera preferência de investimento das mulheres
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Pesquisa mostra escolha das mulheres cariocas e paulistanas na hora de investir
Pedro Henrique França
SÃO PAULO – Dizer que mulher não pensa em investimento financeiro é coisa do passado. Acompanhando a tendência de evolução do mercado, a ala feminina demonstra, sim, interesse em aplicações para concretizar projetos, principalmente de longo prazo, pelo menos no que se refere às que residem no eixo Rio-São Paulo.
Segundo um estudo realizado pela empresa de pesquisa de mercado, QuorumBrasil, as mulheres paulistanas projetam mais os investimentos para o retorno a longo prazo (78%) do que as cariocas (64%), que se mostram bastante interessadas em investimentos que tragam retorno a curto prazo (36%).
Mas, diz a pesquisa, uma coisa é clara: tanto paulistanas quanto cariocas optam mais pela poupança na hora de investir. A caderneta é considerada interessante por 82% das paulistanas e por 68% das cariocas. No entanto, no momento de efetivar o investimento este porcentual reduz: 63% das mulheres de São Paulo dizem que costumam investir em poupança, contra 51% das cariocas que escolhem esta aplicação financeira.
A área de imóveis também é vista como atraente para as mulheres. Entre paulistanas e cariocas, a pesquisa mostra quase um empate de interesse pelo setor, com porcentuais de 53% e 51%, respectivamente. Entretanto, apenas 8% das paulistanas e 7% das mulheres do Rio afirmam investir em imóveis.
As cariocas mostram mais ousadia para aplicações em fundo de investimentos. Segundo a pesquisa, 45% delas consideram interessante e 34% afirmam investir. Já as paulistanas, revelam menos interesse: 31% dizem que este tipo de investimento é atraente e 25% realmente aplicam.
Por sua vez, as paulistanas se revelam mais antenadas ao mercado acionário. O levantamento aponta que 36% delas acompanham o segmento, contra 15% das cariocas. Ainda assim, o investimento é efetuado, de fato, por um número menor de mulheres – apenas 3% e 1% da ala feminina de São Paulo e do Rio, respectivamente, responderam aplicar em ações.
O investimento em previdência privada junta-se à poupança e fundos dentre as três aplicações financeiras mais efetivamente realizadas. De acordo com a pesquisa, 19% das paulistanas e 9% das cariocas afirmam investir na previdência. Seguros e consórcio aparecem atrás, com índices de 3% (paulistanas e cariocas) e 4% e 0%, respectivamente.
Riscos e rentabilidade
Confiar na entidade ou banco em que será realizada a aplicação é o requisito principal, tanto das paulistanas quanto das cariocas. Segundo a pesquisa, isto é primordial para 34,6% das mulheres de São Paulo e para 36,4% da ala feminina do Rio de Janeiro.
Uma característica, entretanto, as diferem na hora de investir. Enquanto 26,7% das cariocas se preocupam mais com a rentabilidade do investimento do que com os riscos (19,3%), as paulistanas mostram justamente o inverso: para 27,3% os riscos são mais preocupantes do que a rentabilidade (19,8%).
O tempo de resgate da aplicação e os impostos apresentam dados quase similares entre as paulistanas e cariocas. Para 12,8% da parcela feminina de São Paulo e 11,9% das cariocas afirmam que o tempo de resgate é requisito no investimento. Os impostos aparecem quase empatados com índices de 5,5% e 5,6% entre paulistanas e cariocas, respectivamente.
O estudo da QuorumBrasil foi realizado no mês de abril com entrevistas realizadas a 570 mulheres das classes A e B de São Paulo e Rio de Janeiro.