Cerveja e refrigerantes terão preços mantidos por três meses
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Correio do Brasil
O governo federal decidiu suspender por três meses a aplicação de nova tabela de impostos para o setor de bebidas frias, o que acarretaria aumento da carga tributária a partir do início de junho, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça-feira.
– Teremos aumento de imposto de bebidas frias daqui três meses (…) O que estamos fazendo agora é postergando uma correção de tabela que haveria a partir de 1º de junho – disse o ministro, reconhecendo que o setor tem um efeito importante na composição de índices de inflação.
Pressão explicita
Se o ministro não houvesse divulgado essa medida, fabricantes de cerveja, refrigerantes, energéticos, isotônicos e refrescos iriam informar ao governo federal que elevariam os preços de produtos ao consumidor em 5%, em média, no próximo mês, às vésperas da Copa do Mundo, quando o consumo – principalmente de cerveja – tende a aumentar.
– As fabricantes pediram que o aumento (dos impostos) fosse adiado, o governo sinalizou que não vai adiar. Como não há como o setor absorver o impacto, haverá reajuste médio de 5% nos preços ao consumidor – disse uma fonte do setor de bebidas frias, sob condição de anonimato.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu, no fim desta manhã, fabricantes de bebidas frias para uma análise da situação, mas sem que haja disposição da área econômica para recuar da decisão de elevar os tributos sobre o setor ou para adiar a entrada da medida.
No fim de abril, o governo anunciou para 1º de junho aumento nos preços de referência da tabela de tributação de bebidas frias, atualizando o redutor que define a tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do PIS/Cofins, num movimento destinado a gerar R$ 1,5 bilhão em receita extra aos cofres públicos. Após o anúncio do reajuste da tabela de referência, as fabricantes de bebidas manifestaram contrariedade, alegando que não foram consultadas e que a alteração no redutor que define a tributação dos impostos federais gerará custo de R$ 2,5 bilhões.