Contabilistas avançam sobre o mercado das consultorias
Publicado em:
Os avanços tecnológicos na arrecadação de impostos estão levando os escritórios de contabilidade a se tornarem verdadeiras consultorias Os avanços tecnológicos na arrecadação de impostos estão levando os escritórios de contabilidade a se tornarem verdadeiras consultorias. Com a implementação da nota fiscal eletrônica e do serviço público de escrituração digital, por exemplo, os contabilistas deixam de realizar algumas funções e passam a dispor de mais tempo para aplicar a contabilidade como instrumento de gestão. “O contador vai exercer a parte mais nobre de sua função, que é a de consultor”, afirma José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP). Chapina explica que o contador deixará de ser um “agente tarefeiro” e terá mais tempo para prestar consultoria diária ao seu cliente. “O contador poderá, por exemplo, fazer análises diárias do orçamento da empresa e verificar qualquer desvio de rota”, afirma Chapina. Alexandre Kita, diretor da NK Assessoria Contábil e Fiscal, também aponta uma mudança por parte do pequeno e médio empresário. “Não existe mais aquele empresário que confia cegamente no contador. Agora o empreendedor quer entender o que significam todos os números. O contador virou um parceiro do empresário, um aliado na gestão de seu negócio”, afirma o contador. Kita também explica que tem crescido o número de empresas interessadas em fazer planejamento tributário. “As empresas desejam encontrar meios legais que possibilitem a diminuição da carga tributária delas”, explica Kita. Parcerias A NK Consultoria possui um departamento jurídico interno, com cinco advogados, para prestar esse tipo de consultoria. A empresa também mantém parcerias com escritórios de advocacia especializados para dar um maior suporte aos seus clientes nestas questões. “Temos parceria com escritórios especializados na área tributária. Junto com eles fazemos o planejamento tributário para nossos clientes”. Kita diz que o escritório ainda não consegue prestar este tipo de serviço sem essas parcerias. “Nosso departamento jurídico interno é o link com os escritórios de advocacia parceiros. Ainda não temos condições de realizar esse tipo de consultoria sozinhos porque nossa empresa tem as rotinas muito enfocadas na contabilidade”, afirma Kita. O contador afirma que o valor pago pelo serviço prestado é divido entre seu escritório e a empresa parceira. O escritório Contabilidade Vargas também tem recorrido às parcerias para atender aos pedidos de consultoria de seus clientes. Segundo a diretora Anna Paula Kawaichi, o escritório estabelece parcerias com administradores de empresas e advogados. “Apresentamos o parceiro ao nosso cliente e a partir daí eles passam a estabelecer contato direto”, diz Anna Paula. Ela afirma que quando uma parceria como esta é estabelecida o escritório fica com um percentual sobre o valor do serviço que será prestado que varia entre 5% e 10%. “Depende do porte da empresa”, afirma. Anna Paula, que é técnica em contabilidade e bacharel em Direito, afirma que tem a intenção de montar um quadro de advogados e administradores na Contabilidade Vargas, mas ainda não possui um plano definido para sua realização. “Não temos medo da concorrência com os consultores porque da mesma forma que precisamos deles eles também precisam de nós. Eles nos indicam clientes que precisam de serviços contábeis”, diz Anna Paula. Arlindo Chaves Martins, diretor da Organização King de Contabilidade, afirma que a transformação dos escritórios de contabilidade é uma tendência que vem ganhando cada vez mais força no País. “As empresas já estão emitindo notas fiscais municipais e algumas companhias de grande porte estão realizando testes com notas eletrônicas na esfera estadual. Agora os contadores disponibilizarão de mais tempo para análise de assuntos fiscais, contábeis e de recursos humanos”, diz Martins. O Grupo King possui uma empresa independente de advocacia e através dela tem condições de prestar consultoria de planejamento tributário. Mercado Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em fevereiro de 2007 o Brasil contava com 391,371 mil contabilistas ativos. A Região Sudeste abrange mais de 50% do total de contabilistas do País, com 206,815 mil. A Região Sul aparece em segundo lugar, com 70,724 mil. A Região Centro-Ooeste conta com 32,869 mil profissionais do setor e o Nordeste tem 22,013 mil. No site do Conselho Federal de Contabilidade, a presidente da entidade, Maria Clara Bugarim, afirma que “é preciso preparar o profissional [de contabilidade] para uma nova realidade”. |
|
Fonte: DCI |