Classe média empurrada para baixo
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São Paulo e Brasília, 9 de Abril de 2007 – A classe média ficou mais pobre nos últimos 20 anos e para manter o padrão de vida, se endivida. A constatação é do professor Waldir Quadros, da Unicamp, que verificou que de 1981 a 2004 a classe B caiu de 8,5% para 7,3% da população e a C de 25,5% para 22,2%. A D cresceu de 24,6% para 28,4% e a E subiu de 36,2% para 38%. "Houve uma redução espúria da desigualdade, já que as faixas de rendimento foram empurradas para baixo, não houve progresso."
O professor Fábio Mariano Borges, da ESPM, observa que houve uma desestabilização da classe B nos últimos anos, sempre sob a ameaça de cair para a C. Foi o que sentiu na pele a empresária Maria de Fátima Zorba, da extinta rede de lanchonetes Jotas. De uma renda mensal de R$ 15 mil, tenta hoje sobreviver com R$ 2 mil.
O professor Carlos Alberto Ramos, da Universidade de Brasília, diz que de 1999 a 2005, a classe média conseguiu não ter perdas significativas.
Páginas A-4 e A-6 (Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(José Eduardo Gonçalves, Cristina Borges Guimarães, Regiane de Oliveira e Valderez Caetano)