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Construção, estética e alimentação lideram em novas empresas

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FOLHAweb

 

 

 

 

Ranking feito com as 20 maiores atividades no Paraná aponta crescimento de 56% em Obras de Alvenaria no ano passado

Os segmentos de construção civil, estética e alimentação e bebidas foram os que mais ganharam novas empresas no ano passado entre as 20 atividades mais representativas no Paraná, segundo levantamento no site Empresômetro, do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O campeão foram Obras de Alvenaria, com aumento de 10.228 empresas em 2012 para 16.049 no ano passado, ou 56,91% a mais.

Completam o ranking Outras Atividades de Tratamento de Beleza (51,30%) e Cabeleireiros (38,78%). Entre as 20 primeiras, quatro são atividades ligadas à construção, três à estética e quatro à alimentação e bebidas (veja quadro).

Para o consultor empresarial Rubens Negrão, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Londrina, é preciso entender que o País vive um movimento de formalização dos prestadores de serviço desde a criação do Micro Empreendedor Individual (MEI), em 2009. Ele acredita que boa parte das atividades entre as 20 mais representativas são de pessoas que deixaram a informalidade. “Então, como segundo cenário, podemos observar a criação de empresas por oportunidade”, explica.

Negrão afirma que o número de brasileiros que viravam empreendedores por necessidade era a maioria em 2002, com 56%, conforme o Monitor Global de Empreendedorismo (GEM, na sigla em inglês). “Dez anos depois, 69% declararam que abriram empresas por oportunidades”, diz.

Sobre os segmentos mais aquecidos, o consultor do Sebrae lembra que a construção civil se manteve em alta nos últimos anos, enquanto serviços em atividades como estética ou alimentação e bebidas ganharam espaço devido ao crescimento da renda do trabalhador. “A classe C ganhou mais poder de compra e passou a demandar mais serviços como cabeleireiros, ou o chamado marido de aluguel. As pessoas estão mais dispostas a pagar por isso”, cita. Ele lembra ainda que a alimentação fora do lar e limpeza doméstica também ganham mercado, conforme aumenta a quantidade de mulheres que passam a trabalhar fora de casa.

Diretor do campus de Londrina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e consultor de finanças pessoais e empresariais, Charles Vezozzo diz que o setor de construção cresce quando há incentivo governamental, o que ocorre hoje com o programa Minha Casa Minha Vida e com obras de infraestrutura. Quanto aos serviços de estética e de alimentação e bebidas, ele também vê relação com o crescimento de renda. “As pessoas estão mais vaidosas e há mais acesso aos produtos de beleza, que determinados estratos sociais não tinham anteriormente”, diz. Ele cita ainda o aumento de casas especializadas em tipos diferentes de vinhos e cervejas como exemplo.
Sem receita

O consultor do Sebrae afirma que a escolha do tipo de atividade na qual se pretende investir não deve ser baseada exclusivamente nos segmentos em alta. Ele diz que é comum ouvir a pergunta “o que dá dinheiro hoje?”, mas que não existe receita de bolo. “Todo segmento tem oportunidades e o empreendedor tem de pensar o que pode inovar em relação à concorrência.”

Para o diretor da PUC-PR, sempre há interesse de empreendedores quando certas atividades estão mais aquecidas. Ele acredita que a diferença é que, atualmente, há mais interesse de quem deseja virar empresário em estudar o mercado. “Assim como ocorre na Bolsa de Valores, com a tendência de comprar as ações mais procuradas. Mas é preciso pensar que, como essas são as que estão em alta, pode não ser tão fácil ter os melhores rendimentos.”
Geral

No total, o número de empresas no Paraná cresceu 10,33%, ao passar de 978,9 mil em 2012 para 1,091 milhão no ano passado. Foi a 19ª maior variação entre os Estados, mas os paranaenses seguem com a quinta colocação em quantidade absoluta de empresas, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No País, o número foi de 14,567 milhões para 16,369 milhões entre os dois períodos, ou 11,01% a mais.