Desejo de abrir empresas é maior entre os pobres
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Pesquisa revela que 62% dos brasileiros escolheriam ter seu próprio negócio. A opção é preferida por pessoas com baixa escolaridade
Luís Osvaldo Grossmann
Da equipe do Correio
Quase dois em cada três brasileiros têm motivação empreendedora e acreditam que abrir o próprio negócio é o melhor caminho para o sucesso profissional. Esse ímpeto, porém, é mais forte entre a população de menor renda e com menos escolaridade.
O resultado está na pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada ontem. Segundo a pesquisa, se tivessem opção para a vida profissional, 62% dos brasileiros abriria a própria empresa, enquanto 24% prestariam concurso público e 11% buscaria emprego em uma empresa privada.
“O brasileiro é empreendedor. Mas quanto menor a escolaridade e a renda, maior é essa motivação empreendedora”, diz o consultor da pesquisa CNI/Ibope, Amauri Teixeira.
Dos 2002 entrevistados pela pesquisa, a opção de abrir a própria empresa foi preferida por 63% dos que cursaram até a quarta série do ensino fundamental. Para os que têm renda de até um salário mínimo, essa seria a opção de 66%. Já entre aqueles com ensino superior, 50% prefeririam abrir o próprio negócio e 42% optariam por concurso público.
“Em países onde há carência de vagas no mercado de trabalho, as pessoas empreendem mais por necessidade do que por oportunidade. Ou seja, predominam os que buscam o negócio próprio para complementar a renda. Ainda assim, ver metade das pessoas com ensino superior dispostas a empreender é um índice alto e mostra que elas percebem que o país é viável”, avalia o especialista em empreendedorismo e coordenador nacional do Desafio Sebrae, Ricardo Garcia.
A pesquisa também perguntou o que os entrevistados fariam se recebessem um prêmio de R$ 300 mil. O resultado foi que 37% abririam seu próprio negócio, 21% comprariam uma casa e 13% aplicariam o dinheiro. A preferência por empreender foi maior entre os que ganham até um salário mínimo (42%).
A pesquisa CNI/Ibope foi feita em 140 municípios entre os dias 7 e 10 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.