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Nordeste é alvo de aportes de empresas do Sul e Sudeste

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Portal Fenacon

juliana estigarríbia

O Nordeste continua sendo um grande atrativo não só pelos incentivos fiscais, mas também pelo seu potencial de crescimento, inclusive para pequenas e médias empresas que já se consolidaram nas Regiões Sul e Sudeste. É o caso da paulista Ipiranga, fabricante de tubos para indústria pesada, que está investindo em centros de distribuição em Recife (PE) e Salvador (BA) para estar mais próxima aos seus clientes. Da mesma estratégia compartilha a gaúcha Famastil, do segmento de materiais de construção, que está construindo uma unidade fabril em São Lourenço da Mata (PE).

"O Nordeste tem um potencial de crescimento muito grande, por isso decidimos nos instalar na região. Não compensa levarmos alguns itens do nosso portfólio do Sul para lá", afirma o diretor da Famastil, Adriano Tissot. A companhia está investindo R$ 12 milhões na construção de um centro de distribuição (CD) e uma fábrica em Pernambuco para produzir principalmente carrinhos de mão para material de construção.

Na unidade de Gramado (RS), além da fabricação de ferramentas manuais – o que inclui desde furadeiras até itens para jardinagem -, a empresa também possui capacidade de produção para 30 mil carrinhos de mão por mês. Já a planta de Pernambuco poderá fabricar 20 mil unidades mensais, podendo dobrar a capacidade nos próximos três anos.

A Famastil completa 60 anos em 2013 e tem registrado índices de crescimento acima do setor em que atua. E para este ano, a previsão é crescer 15% em relação a 2012. "Nossa meta é um tanto ousada, mas apostamos em um segundo semestre melhor que o primeiro", destaca Tissot. A projeção da Famastil é que nos próximos três anos, a unidade do Nordeste represente cerca de 12% do total de faturamento da companhia, em torno de R$ 60 milhões.

Polo industrial
Não só o varejo do Nordeste é alvo de empresas do eixo Sul-Sudeste, mas também o polo industrial que tem se desenvolvido na região. De olho principalmente no setor de óleo e gás, a empresa do ABC paulista Ipiranga quer ampliar seus negócios no Recife e em Salvador, onde duas refinarias da Petrobras estão em obras.

"O Nordeste é um mercado promissor para a área em que atuamos", diz o presidente da Ipiranga, Alexandre Plassa. A empresa comercializa tubos de grande diâmetro de gigantes da indústria, como a Confab (do grupo Tenaris), mas viu uma oportunidade para produzir sob encomenda para projetos que a Confab não consegue atender. "Temos um portfólio complementar", diz.

Com oito centros de distribuição e uma unidade fabril em São Bernardo do Campo (SP), a Ipiranga fabrica tubos para o setor de óleo e gás, mineração e sucroalcooleiro. Além disso, também possui uma linha especial para a indústria automotiva.

A empresa investiu recentemente R$ 45 milhões para otimizar CDs já existentes e levantar os do Nordeste. "Principalmente no Recife, existe um grande potencial para o nosso negócio em razão da indústria naval que está crescendo por lá", ressalta Plassa. Em Salvador, o alvo é uma refinaria da Petrobras e as operações da gigante petroquímica Braskem. "Trabalhamos com uma meta de crescimento anual de 5%. Para 2013, esperamos crescer até 7%", diz o executivo. Em 2012, o faturamento foi de R$ 373 milhões, com expectativa de chegar a R$ 400 milhões em 2013.

Reação da economia
As projeções de crescimento da Famastil e da Ipiranga estão condicionadas ao ambiente macroeconômico, que tem dado sinais de um desgaste cada vez maior. "O Brasil está passando por um período adverso. Temos visto aumento dos insumos e o cenário econômico acaba impactando os negócios", avalia Tissot. Porém, a empresa procura oportunidades. "Estamos investindo e apostamos em um segundo semestre mais forte, já que é o período em que nosso setor fatura mais", diz.

A paulista Ipiranga também acredita que investimentos rendem bons frutos. "O nosso aporte em logística e nas filiais deve impulsionar bastante os nossos negócios", diz Plassa. Ele ressalta que aportes da Petrobras são muito importantes, pois têm reflexos imediatos na cadeia.