BC vê inflação “transitória” e sinaliza juro menor
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Fonte: Reuters
O Comitê de Política Monetária (Copom), que na reunião deste mês baixou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 19%, avaliou que o cenário inflacionário ainda é benigno e ressaltou que as pressões recentes são transitórias – mas informou que acompanhará atentamente a evolução do cenário até a reunião de novembro, para só então definir seus próximos passos.
“Tendo em vista as incertezas que cercam os mecanismos de transmissão da política monetária e os riscos associados aos cenários traçados em cada momento, o comitê avalia que será necessário acompanhar atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação”, apontou a ata da reunião de outubro, divulgada nesta quinta-feira.
Segundo o Copom, a aceleração da inflação no curto prazo resulta sobretudo do reajuste de combustíveis no mercado doméstico e da diminuição da queda dos preços dos alimentos.
Para o BC, essas pressões não devem contaminar a inflação em um horizonte mais longo.
O BC ressaltou que acompanhará atentamente a evolução da inflação e dos núcleos, “discriminando entre reajustes pontuais e reajustes persistentes ou generalizados de preços e adequando prontamente a postura de política monetária às circunstâncias”.
Novos cortes
Na avaliação de Antônio Madeira, da MCM consultores, o BC “não percebeu risco de uma economia muita aquecida que poderia pressionar a inflação” e sinaliza que vai continuar com cortes de 0,50 ponto percentual.
Sob seu cenário de referência – que trabalha com Selic de 19,5% e câmbio de R$ 2,25 -, o Copom manteve sua previsão de inflação para 2005 em relação à reunião de setembro e reduziu o prognóstico para 2006.
Cenário externo
O Copom avaliou ainda que, apesar da recente volatilidade nos mercados financeiros internacionais e do preço ainda elevado do petróleo, o cenário externo “permanece favorável, particularmente no que diz respeito às perspectivas de financiamento para a economia brasileira”.
Segundo o comitê, permanece baixa a probabilidade de um cenário de deterioração significativa nos mercados financeiros internacionais.
Na ata, o BC reiterou ainda que o desempenho da oferta permanece como um foco importante de preocupação nos próximos meses, dado o alto nível de utilização da capacidade instalada das empresas.