Cresce disputa de mercado e preço de PCs cai mais 17%
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André Borges e Claudia Facchini
A disputa pelo mercado de computadores, que vem reduzindo substancialmente o preço do produto, entrou numa nova fase, com competidores brasileiros e gigantes multinacionais tentando atrair o consumidor de baixa renda.
Para sair na frente nesta corrida pelo “novo mercado”, os principais fabricantes do setor estão mexendo profundamente com suas estratégias de negócios, seja em busca de tecnologias mais baratas ou estratégias de distribuição.
O computador nunca esteve tão acessível quanto hoje para o consumidor brasileiro. Beneficiado pela isenção de impostos como PIS e Cofins, além da estabilidade do dólar, o equipamento registrou queda de preços de 17% nos últimos 12 meses, o que tem reduzido a ilegalidade no setor e permitido que o micro comece a freqüentar as listas de compras das classes C e D.
A Amazon PC, fabricante da Zona Franca de Manaus, vai colocar no mercado um computador de R$ 599, resultado de uma parceria fechada com a Via Technologies, de Taiwan. “Até hoje o desejo dos fabricantes era ter uma máquina a R$ 999. O mercado chegou a isso, só que não é o suficiente”, diz o diretor da Amazon PC, Carlos Diniz.
A disputa no setor, porém, está longe de se basear apenas em preço. No momento, são as redes de varejo que concentram a maior parte das negociações. A chinesa Lenovo, que até hoje só vendia máquinas por telefone, internet ou canais empresariais, acaba de fechar acordo para colocar seus computadores nas prateleiras das lojas Ponto Frio. A Dell, que há três meses experimentou a montagem de um quiosque em um shopping de São Paulo, prepara-se para expandir a iniciativa para outros shoppings.
Veterana no varejo e novata na informática, a CCE é mais uma que aposta no setor. Sua produção de PCs, iniciada em fevereiro com 3 mil unidades, já atinge 35 mil máquinas por mês. Na mira está um mercado que, em 2007, deverá consumir cerca de 8,5 milhões de unidades.