Comércio da PB cresce pouco e fica na lanterna
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Jornal da Paraíba
Estado registra a pior taxa na região Nordeste, em relação ao crescimento do volume de vendas.
Maria Livia Cunha
A Paraíba registrou o menor crescimento do Nordeste (3,5%) em volume de vendas do comércio varejista, no comparativo entre agosto de 2012 e o mesmo mês do ano anterior. Já de agosto com relação a julho deste ano, apresentou uma queda de 1,4%.
Apenas a Paraíba e o Maranhão apresentaram desaceleração percentual entre os meses na região.
Os dados divulgados ontem são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), e mostram que o mercado local caminhou, naquele mês, dissonante não apenas regionalmente, mas também na análise do país para agosto.
No Brasil, o volume de vendas do comércio varejista chegou a uma alta de 10,1% – de agosto sobre o mesmo mês do ano passado. De agosto sobre julho, houve crescimento de 0,2%.
Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL), José Lopes Neto, o endividamento da população foi determinante para esses números mais baixos do comércio paraibano. “A facilidade ao crédito e as reduções de tributos, recentemente implantadas pelo governo federal, contribuem para gerar um comprometimento da renda e isso limita o poder de compra deste consumidor no varejo. Esta é uma situação ‘bola de neve’ e nós ficamos preocupados”, disse.
Neste sentido, o economista Jairo Pontes explica que a maior parcela de consumidores de população está alocada nas camadas mais populares, além disso, a origem da renda depende, de forma significativa, de programas sociais do governo, o que diferencia de outras regiões do país.
“O fato é que a renda média dos consumidores paraibanos é menor que de outros estados e, se existe um grau de comprometimento dessa renda é sobre menos recursos para aquisição de bens e serviços”, completou.
No acumulado de janeiro a agosto, o Estado registra alta de 8,1% no varejo, mas é apenas o 7º lugar no Nordeste. No acumulado de 12 meses, a Paraíba contabilizou uma elevação de 9,7% – superior à nacional (+9%). Jairo Pontes acredita que existe uma sazonalidade no mês de agosto na qual ocorre uma redução do volume de vendas motivadas, principalmente, pelos gastos efetuados no período junino e férias de julho. “Além disso, a greve de algumas categorias de servidores públicos afetou alguns setores do comércio”, afirmou.